O que atraiu o líder da Aliança para escolher o formato da Festa do Avante como ideal para a Festa da Liberdade do Aliança "foi a popularidade". "Eu sempre tive admiração pela Festa do Avante", explica Santana Lopes ao Expresso. E embora nunca lá tenha ido, diz que pensou ir no ano em que Marcelo Rebelo de Sousa lá foi (Marcelo esteve na Festa antes de se candidatar a Presidente da República). E só não foi para não parecer que estava a imitar Marcelo, porque vontade não lhe faltou.
Este ano, em vez de ir espreitar a rentrée dos comunistas, o líder da Aliança vai preparar a Festa da Liberdade do seu novo partido. E já convidou um ex-diretor do centro de espetáculos do CCB, Miguel Leal Coelho, para trabalhar no projeto. Santana pensa fazê-lo, com as devidas diferenças, à imagem e semelhança do modelo inspirador. "Uma festa popular, capaz de mobilizar gente de todos os quadrantes", disse ao Expresso.
Para começar, será no mesmo local onde a Festa do Avante começou em 1979 - no Alto da Ajuda, em Lisboa (a do Avante entretanto mudou-se para a margem sul do Tejo). E coincidirá nas datas - 6, 7 e 8 de setembro. Mas há mais semelhanças.
"A ideia é fazer uma festa para toda a gente, de direita, de centro e de esquerda. Com música, gastronomia, folclore, artistas plásticos, debates", explica o líder da Aliança, que anunciou a ideia domingo passado, em Sintra, à margem de uma iniciativa da campanha do partido para as eleições europeias.
Santana diz que já tem ideias sobre os artistas a convidar. Admite ver na Festa da Liberdade uma forma de também angariar fundos para a Aliança. E embora prefira não falar de rentrée, vai fazer na Festa o discurso de arranque pós-férias para a campanha das legislativas.
Só ainda não decidiu se arriscará disputar a atenção dos media com Jerónimo de Sousa ao ponto de marcar o discurso para a mesma hora em que o líder do PCP encerrará, no Seixal, a Festa do Avante. Vontade não lhe falta.