“Os jogadores negros, do ponto de vista muscular, conseguem desenvolver-se mais, mais cedo e rápido. Não são treinados para pensar o jogo”

Com uma visão de jogo aprimorada nos relvados, entre construções de equipas técnicas, Blessing Lumueno é o convidado de Georgina Angélica e Paula Cardoso. Tem partilhado táticas como comentador desportivo, somando intervenções na TSF, Canal 11 e RTP, e publicações no Expresso, além da autoria do blogue “Posse de Bola”

Num autorretrato que cabe em três palavras, Blessing Lumueno apresenta-se: “fanático pela liberdade”. É assim que se vê, na relação com os outros, o mundo, e com ele próprio, revela neste episódio d’ “O Tal Podcast”, gravado antes de rumar para o Kuwait, como treinador-adjunto do Al-Arabi.

Ouça aqui a conversa na íntegra:

“Os jogadores negros, do ponto de vista muscular, conseguem desenvolver-se mais, mais cedo e rápido. Não são treinados para pensar o jogo”

O Tal Podcast

“Há dificuldade em assumir, já me disseram: ‘Vânia, tu foste das primeiras mulheres a anunciar, com essa idade, que trabalhas nas limpezas’”

“A Guiné-Bissau continua a ser um dos países mais pobres do mundo. A minha necessidade de contribuir e dar de volta às pessoas começou lá”

“Ser mãe traz grandes inseguranças. Sinto-as mais agora do que quando os meus filhos eram pequenos, questiono: ‘Será que fiz tudo certo?’”

“A minha mãe foi movida para São Nicolau, que era um campo de concentração, viu pessoas a serem mortas e as crianças eram obrigadas a ver”

“Em Angola, perdi uma irmã. Quando a minha mãe começou a trabalhar cá, um senhor disse-lhe: ‘Estive com a sua Maria José’. Era ela”

“Eu e os meus primos demos um salto geracional, as nossas mães trabalhavam muito. Hoje vamos todos de férias, o que antes era impossível”

Blessing Lumueno: “Espera-se que os jogadores negros sejam fisicamente mais fortes, não são treinados para pensar a tática do jogo”

“Uma vez, em Angola, deram-me prioridade na caixa de supermercado. Lá, com a idade que tenho, já sou idosa”

“Estudei num colégio e vivi num bairro de lata. Já adulta, penso: como é que era sair, encontrar o asfalto e atravessar de cabeça erguida?”

Milton Gulli: “Não interessa ao mundo que a África seja desenvolvida, assassinaram-se líderes africanos para colocarem lá fantoches”