Luís Marques Mendes

Marques Mendes aconselha Montenegro a deixar cair redução de IRC nas negociações com PS para aprovar OE25

Lembrando que o país “está parado há cinco meses”, o comentador da SIC diz que todos os envolvidos têm de fazer um “esforço” para “aproximar posições”: Governo, PS, e Presidente da República. Governar por duodécimos seria uma “má solução”, garante. E lança nomes de António Vitorino, Fernando Medina e Ana Catarina Mendes para as europeias

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Luís Marques Mendes sugeriu ao Governo que exclua a descida do IRC das negociações do Orçamento do Estado para 2025, de forma a que seja mais fácil conseguir o voto favorável do PS – e consequente aprovação. “Como viabilizar o próximo OE para garantir estabilidade?”, perguntou, antes de sugerir um OE “que não gere demasiados anticorpos no PS.

“A ideia da descida do IRC deve ser tratada numa lei autónoma e não no OE, porque é um ponto de conflito sem retorno entre o Governo e o PS”, afirmou o comentador da SIC Notícias, já depois de deixar elogios ao discurso de tomada de posse de Montenegro e aos nomes que escolheu para compor o executivo: escolhas “equilibradas” e que “caíram bem na opinião pública”, considerou.

Lembrando que o PS “também vai ter de aproximar posições” porque “não lhe interessa aparecer como fator de problema”, e enviou ainda um recado ao Palácio de Belém: “Marcelo tem aqui um importante papel. O papel de aproximar as partes com tempo e discrição. Se for uma intervenção em cima da hora, pode ser tarde demais. Se não tiver discrição, pode gerar ruído”, sublinhou.

A necessidade de um “esforço” das três partes, sublinhou, deve-se ao facto de o país estar “parado há cinco meses”. “As pessoas querem estabilidade”, sublinhou. “Há algumas vozes que dizem que é possível governar sem OE aprovado. Ou seja, governar em regime de duodécimos. A minha resposta é simples: possível é, mas é uma má solução”, afirmou, lembrando que um chumbo em 2025 iria provavelmente repetir-se no ano seguinte.

“Na prática, o país viveria dois anos em regime de duodécimos. Sem orçamento durante 2025 e 2026. Até porque de 9 de setembro de 2025 a 9 de março de 2026, o Presidente da República não pode dissolver a AR”, sustentou. Seria “um desastre político para o Governo”, que ficaria “num pântano, fragilizado e de mãos atadas” – até devido à pressão de alguns sectores, a começar pelos funcionários públicos.

O militante do PSD também aproveitou para lançar o tema das eleições europeias, marcadas para junho: descartou António Costa como candidato, e lançou os nomes de António Vitorino, Fernando Medina e Ana Catarina Mendes como candidatos possíveis pelo campo socialista.

“No PSD, a decisão também está prestes a ocorrer. E o nome mais provável é o de Rui Moreira, o independente que é Presidente da Câmara Municipal do Porto”, concluiu.