Nuno Presa Cardoso

O pior Grand Prix de sempre? (contém vídeo)

O pano desceu sobre Festival de Publicidade de Cannes mas os assobios continuaram. Dizia-se nas vielas transversais à Croisette que o grande vencedor era tão pequeno que o júri sentiu necessidade de atribuir dois grandes prémios em vez de um. O filme Gorila da Cadbury fez furor na internet e foi visto por milhões de pessoas, o que é desde logo sinónimo de enorme sucesso. É uma peça de entretenimento puro, suportada por uma música datada mas ainda suficientemente forte para agarrar o consumidor. Mas o que muitos discordam (eu incluído) é porque raio terá sido considerado o melhor filme publicitário de 2007? Por muito subjectivo que seja o critério de avaliação, Cannes sempre nos habituou a uma certa justiça na atribuição do galardão máximo. O anterior vencedor, (sabonete Dove) era uma homenagem às mulheres reais e rompia com as convenções da indústria cosmética. Era novo, diferente e, principalmente, tinha uma ideia. Este ano tudo mudou com a vitória do Gorila. Premiou-se o entretenimento puro e apontou-se um caminho. Está marcada a nova tendência para os próximos tempos. Entretenimento e mais entretenimento. Relevante ou não para a marca, pertinente ou não, é para aí que a publicidade vai. O consumidor agradece, as marcas estremecem e os criativos pensam que este ano é que é.

Nuno Presa Cardoso, CCO do WYGroup