Primeiro eu via o meu handicap - não perceber nada de futebol - como uma lamentável lacuna na minha capacidade de sociabilizar com o próximo e de fazer um leque mais vasto de piadas na minha profissão. Mas, nos tempos que correm, não perceber de futebol é uma bênção. Se é possível fazer piadas sobre quase tudo sem que ninguém morra ou, pelo menos, sem que ninguém seja severamente espancado, começo a não ficar convencido de que isso não aconteça quando se fazem piadas sobre futebol. E eu sei que um humorista deve ser corajoso, pôr dedos em feridas e essa historieta toda. Mas uma pessoa reavalia a natureza do seu humor - sobretudo no que toca a piadas sobre futebol - quando dá por si com um filho pequeno de quem tem de cuidar e assegurar-se de que tem um pai inteiro por muitos e bons anos.

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