Doris Mary Ann von Kapelhoff (mudara para Day por sugestão do chefe de uma das primeiras bandas com quem cantara, a partir de canção sua de sucesso, para caber no espaço de parede que anunciava o espectáculo), americana filha de pais alemães imigrados em Cincinnati, ele músico e ela doméstica, que morreu no passado dia 13 de pneumonia, depois de anos de velhice sã como um pêro, na sua casa de Carmel, na Califórnia, rodeada por meia dúzia de amigos e amigas íntimos e mais perifericamente mas, pelo menos, igualmente perto do seu coração, por dezenas de cães recolhidos por Fundação que instalara ao lado, onde há algumas décadas se metera a recolher todos os melhores amigos do homem vadios ou abandonados que encontrasse e deixou contemplados no seu testamento, foi considerada, nos anos altos da sua fama, a melhor cantora americana de jazz, exceptuada Ella Fitzgerald, a melhor cantora ligeira do tempo das grandes bandas com solistas, sem excepção de ninguém, versão feminina de Frank Sinatra ou Bing Crosby; depois de ter passado de cantora também a actriz, a convite de Michael Curtis (com quase 1,80m de pura beleza americana branca, seja como a maria-rapaz de “Calamity Jane” seja em papéis mais românticos, tornou-se a noiva bem comportada ideal para qualquer rapaz de bem — estereótipo tão marcado que amigo trocista dizia conhecê-la desde antes de ela ser virgem) — quis receber lições de arte dramática mas Curtis disse-lhe que a sua presença no ecrã e a sua intuição eram tais que tal não seria preciso. Não ganhou nenhum Óscar e só uma vez foi considerada candidata mas a Associação Americana de Proprietários de Cinema deu-lhe o seu prémio em quatro temporadas (o que tinha apenas acontecido antes com Shirley Temple e não tornou a acontecer).
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