Altos...
"Que mundo tão parvo, onde para ser escravo é preciso estudar", canta a porta-voz do grupo sensação. Posta de parte a demagogia que sempre existe neste tipo de proclamações, poucos versos retratam tão bem o sentimento de largas camadas de jovens. "Que parva que eu sou" pode tornar-se um hino.
Lançou para o ar, como quem não quer a coisa, uma proposta para redução do número de câmaras. Aparentemente, a ideia vai fazer percurso e, pela primeira vez nos últimos 160 anos, talvez haja condições para uma reforma administrativa e para diminuir o número de concelhos.
Está armada a grande confusão: o ministro dos Assuntos Parlamentares quer menos deputados, parece que o PS também queria, mas já não quer e agora é o PSD que não larga a história. Se a ideia não fizesse sentido não estaria a despertar tantas reações.
...e baixos
Não quer os advogados a comentar processos porque o "o tempo da Justiça não é o tempo dos media". Mais um jurista que não entende que o problema é que 'o tempo da Justiça' deixou de ser o da sociedade, o dos negócios e o dos interesses que deveria acautelar. A lei da rolha não resolverá esta questão, o mais que pode é tentar escondê-la.
Texto publicado na edição do Expresso de 5 de fevereiro de 2011