Há imagens que se colam. A do abraço entre o líder parlamentar e o ministro da Presidência, de sorriso aberto e copos de gin na mão enquanto o país ardia, é a de um Governo totalmente alienado por circunstâncias políticas que lhe têm sido demasiado favoráveis. E os abraços veraneantes não destoaram das palavras. De quase uma hora de discurso na Festa do Pontal sobraram sete minutos para o tema que monopoliza as preocupações dos portugueses há um mês. Antes de tudo, Montenegro primeiro-ministro queria discordar de Montenegro líder da oposição. Em 2022 pedia para “não se distrair as pessoas”, remetendo os incêndios “mais para o lado do clima”, e recordava que “as vagas de calor muito acentuadas” já eram previsíveis. Em 2025 fala de uma “tragédia fruto das circunstâncias meteorológicas, que são particularmente difíceis e adversas”, com “elevadas temperaturas, níveis baixos de humidade e ventos fortes”.
Exclusivo
Excesso de confiança
A imagem da Festa do Pontal enquanto o país ardia é a de quem está tão cheio de si que só se vê a si mesmo. Um ano e meio de um Governo minoritário que falhou todos os testes decisivos parece ter chegado para ganhar a displicência de uma maioria absoluta e de oito anos de poder