Chamava-se Jorge Mario Bergoglio. Mas, quando apareceu na varanda de São Pedro, foi com outro nome e outra intenção. Disse apenas: Francisco. Não explicou porquê. Mas não precisou. O nome era gesto e era aviso: vinha aí um Papa que não queria coroas — queria caminho. Um Papa que não queria tronos — queria Evangelho. Francisco como o de Assis: da pobreza, do chão, dos últimos. Não foi só um nome. Foi um ponto de partida.
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A porta aberta
Foi isso que disse aos divorciados, aos pobres, aos homossexuais, aos agnósticos: todos cabem. “Todos, todos, todos.” A frase parecia simples. Mas a sua radicalidade estava no que deixava de fora: ninguém. Como Jesus, que não veio somar mandamentos, mas condensá-los num só — amar o próximo como a si mesmo, e a Deus sobre todas as coisas. A sua revolução não foi uma nova regra: foi um novo centro. O amor, não o controlo. A proximidade, não a hierarquia