A inteligência artificial (IA) será um instrumento, não um substituto. A ideia de que a IA pode substituir os seres humanos em funções criativas e empáticas só pode nascer numa cultura que despreze o humano. Mas é precisamente aí que estamos: num ambiente anti-humano e até anti-humanista, antiarte, anticiência, antiempatia. O humanismo está fora de moda, vale o animalismo ou um ambientalismo que vê a mãe natureza sem o seu filho homem, esse demónio que merece ser expulso (extinto) — há uma teologia de Antigo Testamento neste pessimismo ambientalista. Mostrar orgulho nos feitos da Humanidade, desde a arte à ciência, é algo ofensivo para os jovens que veem apocalipse em todas as esquinas. Ora, nesta atmosfera, é de facto fácil imaginar que a IA pode substituir estes seres tão unidimensionais como os seres humanos — um erro que dá um novo significado à expressão “idiotas da objetividade”.
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Humano
Além de não captar a imperfeição, o acaso e o erro, a IA também não capta o salto quântico que a mente criativa dá em direção ao futuro