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Opinião

O país que não queremos

Quero acreditar que não vou terminar “o meu livro” a dizer “Portugal será sempre o país do fado” ou mesmo “Portugal será sempre o país da bandalheira

No verão de 2000, trabalhava eu na New York University (NYU) há cerca de três anos quando, por razões pessoais, comecei a ponderar regressar a Portugal, depois de vários anos entre o Reino Unido e os Estados Unidos da América (EUA). Contactei então António Coutinho, à época diretor do principal instituto de investigação na área das ciências da vida em Portugal — o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e, depois de várias trocas de e-mails, em janeiro de 2001 dei um seminário e fui entrevistada. Quando, umas semanas mais tarde, me foi feita uma oferta de trabalho, fui de imediato contar a novidade ao meu mentor na NYU, Victor Nussenzweig. O Victor não podia ter tido uma reação pior. Nas suas palavras, a minha decisão era não só um “disparate” mas acima de tudo um “suicídio científico”. Victor, um cientista internacionalmente reconhecido, com 73 anos de idade, acreditava que tudo o que não fosse um contrato com uma “World-Class University” nos EUA, era uma perda de tempo.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.