Kamikaze significa, em japonês, “vento divino” — o avião, portanto, como o vento divino que destruía o inimigo.
Estes pilotos-suicida, na Segunda Guerra Mundial, atiravam o seu avião monolugar contra uma instalação inimiga, como se o avião fosse, ele mesmo, uma bala, uma bomba — sacrificando-se assim, e fazendo, com o avião e com o seu corpo, uma mescla de ódio e de ritual sagrado que muitos reconheceremos em acontecimentos históricos bem mais recentes. Mas o curioso é, então, que os kamikazes japoneses, dentro daquela máquina voadora mortífera e suicida, levavam também — segundo John Keegan, autor do importante livro “Uma História da Guerra” — uma espada samurai. Para quê, perguntamos. Simples: se por algum motivo o kamikaze não cumprisse a sua missão: morrer matando o inimigo ou destruindo alguma das suas instalações — se ficasse, então, vivo deveria apagar a sua falha cometendo suicídio, haraquiri, com aquela espada.