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Opinião

E não se aprende nada?

Nuno Fox

Temos de agradecer a António Costa a dignidade com que se demitiu. Não que a dignidade pessoal seja algo para agradecer, mas porque cria um padrão, um exemplo. Costa era mau de mais a proteger membros do Governo que já deviam ter saído há muito; felizmente, a si próprio impôs uma exigência estrita e, de certa forma, contraditória com a que defendeu para outros. Mas não se é primeiro-ministro apenas nas horas boas...

Embora todas as células do meu corpo me digam que Costa é íntegro, nenhuma me diz que ele se preocupa com a integridade. Por isso tem amigos que o levam à demissão; se fossem outros, sentir-se-ia seguro. Ao contrário do que afirmam algumas figuras, não foram linhas de um comunicado que ditaram a sua saída; foram quilómetros de casos e casinhos, amizades e nomeações pouco recomendáveis que fez ao longo de oito anos.