À hora a que escrevo, Portugal não tem primeiro-ministro, mas ainda não é claro se terá eleições em breve. As buscas a São Bento, a detenção do chefe de gabinete do primeiro-ministro e a constituição de dois ministros como arguidos num processo criminal foram um enorme choque. Num país em que o anterior primeiro-ministro socialista (José Sócrates) está há anos a ser investigado e eventualmente julgado por suspeita de corrupção e em que o anterior líder da oposição (Rui Rio) ainda há uns meses dizia com convicção na televisão que o Ministério Público está a destruir a democracia, é difícil aceitar que temos agora de viver com suspeições criminais sobre um primeiro-ministro que formou três Governos, presidiu à Câmara de Lisboa e está nos mais altos cargos da política portuguesa há três décadas. Simplesmente isto não é normal nem é admissível.
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