Prevê-se que o presidente da República anuncie hoje se dissolve a Assembleia da República. Assim, vou concentrar esta crónica nesse capítulo e na originalidade da eventual decisão, deixando outras considerações para oportunidade próxima. Antes porém de ocupar-me da eventual dissolução, umas notas prévias. Como leigo em matérias jurídicas, os indícios conhecidos contra António Costa parecem-me ténues. O seu discurso de demissão teve dignidade e foi pensado para que seja analisado novamente daqui a anos, quando houver perspetiva para julgar o que verdadeiramente se passou. Foi um discurso a pensar na História.
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E se o PR optar por não dissolver a AR?
O cenário atual é assim original. Pela primeira vez desde 1976, o PR considera dissolver a AR quando existe uma maioria absoluta de um só partido. (...) Neste momento, eventuais legislativas interessam apenas ao Chega e ao Bloco de Esquerda, que esperam crescer, e à parte do PSD que está com Luís Montenegro, que teria uma oportunidade irrepetível para chegar a primeiro ministro. Pelo contrário, as projeções apontam para que os resultados eleitorais não contribuam para a estabilidade política