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Opinião

Excedências

Este ano tivemos mais uma dessas proclamações, em estéreo, pelo ministro das Finanças e pelo governador do Banco de Portugal, avisando que a nova normalidade seria Portugal passar a ter excedentes em tempos de crescimento económico e défices apenas em períodos de estagnação ou contração da economia, como mandam os bons livros.

Guardo sempre com carinho o dia em que, pesquisando jornais de 1914, encontro um articulista da época (se não me engano, o capitão-de-fragata e político Leote do Rego) defendendo que uma vez que o défice e a dívida portuguesa estavam agora sob controle, o melhor era investir tudo na Marinha. A lógica era comparativa e simples: olhem para a Turquia, que descurou a Marinha e está em decadência, e para o Japão, que investiu na marinha e está pujante. Além disso, o articulista era da Marinha. Passado poucos dias, a 1ª Guerra Mundial rebentou e, passado alguns anos, rebentou a própria república.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.