Lembro-me bem da guerra do Golfo, que começou em agosto de 1990. Tinha 17 anos e assisti em direto à resposta da coligação internacional (autorizada pela ONU e liderada pelos Estados Unidos) à invasão do Kuwait pelo Iraque. No plano formal, a invasão do Kuwait pelo Iraque tem semelhanças com a invasão da Ucrânia pela Rússia.
No entanto, neste último caso está fora de questão uma coligação internacional, isto essencialmente por dois motivos: o primeiro, o facto da Rússia ser membro do Conselho de Segurança da ONU; o segundo, ainda mais relevante, por a Rússia ser uma potência nuclear. Este exemplo comprova que as reações da comunidade internacional às guerras nem sempre obedecem a uma regra fixa. Estas são condicionadas por um conjunto de fatores, que vão das relações com os Estados beligerantes à avaliação do seu potencial militar.