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Opinião

Raspadinhas made in Portugal

A Santa Casa da Misericórdia quis expandir o negócio para países mais pobres e menos educados, onde os jogos vendem sempre melhor. Teve azar

O tema das raspadinhas já por aqui passou. Para lá do efeito aditivo, como frequentemente têm alertado vários especialistas, há um lado de literacia de estatística que importa acautelar. Os supervisores financeiros preocupam-se — e bem — com a literacia financeira. Para que quem mete dinheiro em aplicações financeiras ou contrate produtos bancários tenha noção do que está a comprar. A economia financeira não é algo que se ensine na escola secundária e nem todas as pessoas têm a mesma preparação teórica. Já a raspadinha — e os jogos em geral — envolve muitas vezes conceitos estatísticos mais complexos e não há alertas. Quem compra pode não saber o que está a fazer. Se eu pedir a alguém que me dê duas moedas de dois euros para, em troca, devolver apenas uma ou nem isso, serei acusado de a estar a enganar. Mas é isso que estes jogos fazem: cobram por jogo muito mais do que o valor esperado do ganho que proporcionam.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.