Na segunda metade de 2021 escrevi várias crónicas neste espaço (e em muitos outros) de forma crescentemente crítica sobre a política monetária da Reserva Federal (Fed) americana. Todos os meses a inflação subia nos inquéritos às firmas e consumidores, enquanto os preços de ativos financeiros mostravam que os agentes económicos confiavam cada vez menos na capacidade de o banco central alcançar o seu alvo de 2%. Todos os meses o Fed olhava para os dados e via fatores temporários, razões para hesitar e esperar mais um pouco e raios de sol por trás das nuvens. No final de janeiro, finalmente, o Fed admitiu que havia um problema sério de inflação e começou a apertar a política monetária com pelo menos seis meses de atraso. Mais três meses passaram, e os tais erros, que começaram no verão, como eu escrevia na altura, são hoje tão óbvios que a capa da revista “The Economist” da semana passada tinha no título: “O Fed que falhou”.
Exclusivo
O banco central que falhou
Os principais bancos centrais falharam em diferentes formas em 2021 e no primeiro trimestre de 2022, e é por isso que a inflação hoje é alta. Reduzi-la vai ser custoso