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Opinião

João Leão, o ministro do Futuro

A dívida é, e será sempre, a espada sobre a cabeça do ministro das Finanças. Mesmo num Orçamento dito expansionista, modera a dose e joga pelo seguro

Existe no Japão um instituto, chamado Technology Research Institute for Future Design, que se dedica a estudar formas de as gerações futuras estarem mais presentes nas decisões atuais que vão marcar as suas vidas. Sejam questões ambientais, seja o nível de endividamento que lhes deixamos. Uma das propostas já conhecida é a criação de um ministro do Futuro, que se sente à mesa do Conselho de Ministros e que represente aqueles que mais tarde irão pagar a fatura. João Leão tem sido o ministro do Futuro do Governo português. E tem razões para isso: a dívida é enorme e convém ter cautelas. Por agora andamos anestesiados com a pandemia, com a tentativa de sair da maior recessão anual das nossas vidas, mas o dia chegará em que as regras orçamentais voltarão, que o Banco Central Europeu tirará o pé do acelerador e que os mercados voltarão a questionar a sustentabilidade das dívidas.