Mergulhado no torpor da pandemia, o país desfaz-se. Como todos os que têm acesso privilegiado ao espaço público, recebo apelos diários de denúncia. São tantos que nem sei para onde me virar. Se é assim na minha humilde caixa de correio, não imagino como será nos ministérios. Temos de ser pacientes, são muitos problemas ao mesmo tempo, fui respondendo. A paciência acabou esta semana, quando se confirmou que entidades sediadas ou com filiais em paraísos fiscais fora da UE podem concorrer sem qualquer restrição aos apoios extraordinários do Governo. Fogem a pagar os impostos cá, mas têm direito a usar os impostos dos de cá. Com prioridade sobre muitos cidadãos desesperados.
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