Viva,
muitas vezes fechamos a edição do Expresso com um peso sobre os ombros: olhamos página a página e sentimos que entregamos menos sorrisos do que poderíamos. Há muitas coisas boas a acontecer no mundo, no nosso país, à nossa volta, na nossa vida, coisas que merecem ser contadas. Nesses dias, como o de ontem, quando fechámos a edição de hoje do Expresso, voltei a sentir isso: temos excelentes notícias, trabalhos feitos com enorme esforço, máximo rigor possível, contamos com realismo uma parte do país que somos, que temos. É o nosso dever: destapar, mostrar, denunciar, pensar. “Será pesado demais?" – pensei.
Nesse momento revisitei as muitas páginas desta edição, caderno a caderno. Voltei a sorrir: há tudo aquilo, sim, que não podemos deixar de contar. Mas há mais vida ao longo deste Expresso. Siga comigo, a viagem será breve, um guia para as seus leituras ao longo do fim de semana.
Começamos pela investigação sobre o acidente do elevador da Glória. É uma paragem obrigatória, porque o que aconteceu foi realmente grave. A Lilliana Valente, o Micael Pereira e a Raquel Albuquerque contam-nos como a mudança do cabo do elevador pode estar na origem da tragédia. E explicam como a empresa de manutenção deu a entender que verificou fixação do cabo. Juntamos a notícia política e esta ótima reportagem da Raquel Moleiro: Os funiculares pararam e as colinas de Lisboa ficaram mais altas outra vez.
Depois, a passagem pelas informações novas, não necessariamente boas – que fazem parte do nosso trabalho, dado que obrigam o país a pensar (e agir): Crianças esperam quatro anos por cirurgias ortopédicas no SNS; também a revelação do fugitivo da cadeia de Vale de Judeus: “Só não saiu toda a gente da cadeia porque não quis”; ou a notícia de que filha de Ihor Homeniuk leva MAI a tribunal; ainda a contagem de que há mais alunos sem professor no arranque deste ano letivo do que no ano passado; e a preocupante informação de que já há mais de 100 queixas de violência doméstica por dia.
Voltámos também atrás, à manchete da semana passada, para acrescentar que Nos últimos dois anos letivos ninguém entrou no concurso especial de Medicina no Porto. E olhamos para uma tensão que vai crescendo, acerca da proposta de lei laboral: Ala do PSD filiada na UGT já avisa para greve geral.
Mas o Expresso segue, também, por paragens mais verdes. Como o bom exemplo dos chefes Michelin, que foram à Caldeira de Troia à procura de peixe novo para dar um sinal a todos. tema que combina com o do O fenómeno das neotascas, contado pelo Ricardo Dias Felner. Uma outra é o construtivo ensaio do Henrique Monteiro sobre a reforma administrativa de que o país precisa (Ninguém sabe de que terra é"), que se junta a uma proposta do PS ao Governo, de tirar a oposição para dar força aos executivos camarários. Assim como falamos do compromisso do Governo em participar na Coligação de Voluntários que se propõe a assegurar a paz que (desejamos) chegará à Ucrânia.
Falando ainda em paragens felizes, junte-lhe ainda o perfil do campeão português de hóquei em patins, Paulo Freitas, ou – porque não – o sempre delicioso Inimigo Público (como não sorrir com eles).
A segunda etapa da viagem, como sempre, passa pelas páginas a laranja da Economia. Também aqui há passagens mais escuras, como a da manchete: Elas fiscalizam mas não mandam: lei das quotas fez oito anos. Mas também outras a meio caminho, que se aplica quando sabemos que os preços de imóveis estão em queda nas áreas ardidas.
Porém, uma vez mais, com várias notícias mais animadoras. É o caso da Tilray, que plantou €171 milhões no negócio da canábis em Portugal e avança agora para a cerveja. Também do Grupo árabe que investe mais de €200 milhões em Portugal. Ou ainda da busca de novos negócios na indústria dos moldes: a portuguesa Vangest foi às compras ao Reino Unido.
Há também curiosidades (Desta vez, o filho mais velho vai mesmo mandar: quatro perguntas e respostas sobre a sucessão de Rupert Murdoch), informações úteis (Neste supermercado a Inteligência Artificial já facilita a vida na hora de pagar e Trocar fogão a gás por placa elétrica só compensa com subsídio do E-Lar.
Assim como há esperança: Governo quer grandes grupos na corrida à privatização da TAP.
Já na última etapa, a da Revista, prepara-se para os prazeres.
Começa pela entrevista exclusiva a Dan Brown, agora que ele está de regresso aos livros. O título serve de aperitivo: “Acredito que vamos entender que a morte não é o fim. E o medo vai desaparecer, como aconteceu comigo”.
Seguimos com os locais onde podemos encontrar surpreendentes mamíferos selvagens (e cada vez mais atrevidos): Javalis de Setúbal, lontras no Tâmega ou coatis em Gaia.
Continuamos por este “E no entanto elas movem-se: a vida secreta das estátuas que mudam de sítio”.
E ainda pela Teoria das Cordas, a hipótese mais ambiciosa para explicar o universo: do real ao quase impossível.
Há ainda este outro sinal do universo terreno: Trabalhar menos e melhor? “Poucas empresas experimentam a semana de quatro dias, mas quando o fazem, a maior parte não quer voltar atrás”.
E, claro, todo o Culturas, guia perfeito para aproveitar o melhor do fim de semana.
A nossa viagem, caros companheiros de viagem, termina hoje por aqui. O Expresso continuará em andamento todos os dias, a todas as horas, para lhe trazer as notícias (sombrias ou solarengas), assim como muitos podcasts apetecíveis para o fim de semana.
Já agora, fica mais esta nota: se ainda não for assinante, o Expresso lança assinatura conjunta com “The New York Times” e SIC Notícias. Sei que falo em causa própria, mas acho mesmo uma boa notícia :)
Bom fim de semana!