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Solverde ainda paga 4500€ por mês à empresa da família Montenegro (o Expresso desta sexta-feira)

Viva,

a manchete do Expresso de hoje conta-nos que a Solverde paga à Spinumviva 4500€ por mês. Não seria mais do que uma breve no caderno de Economia, mas a Spinumviva, como sabe, é a empresa fundada por Luís Montenegro em 2021, que o próprio cedeu à sua mulher e aos seus filhos desde que foi eleito líder do PSD. Deixe-me mostrar-lhe a capa, volto logo ao tema.

Vale a pena reter alguns detalhes: o pagamento feito pela Solverde vem de 2021 e dura até hoje. E representa cerca de 30% da faturação da Spinumviva. Dos restantes 70% nada sabemos, apenas que Montenegro garante ter-se inibido de tomar decisões que possam revelar-se incompatíveis. Quais? É uma pergunta legítima, como aliás disse Marcelo, mas não sabendo os clientes, passados, presentes e futuros, também não poderemos saber. Como explicamos no Editorial do jornal, o tema é de relevância pública evidente: “Porquê? Por isto”.

Na atualidade, registe mais um problema para o Governo: a greve do INEM que o ministério da Saúde não comunicou ao organismo deixou 467 doentes urgentes sem atendimento. Na oposição, ninguém parece ter dúvidas sobre a responsabilidade. No Governo culpa-se os serviços.

Já que falamos de Saúde, registe esta outra notícia: o acesso ao SNS vai ser apertado para tratamento de doenças raras. Lembra-se do caso das gémeas?

Falando de presidentes, Marques Mendes pediu um empréstimo para lançar a sua corrida a Belém. Já à esquerda multiplicam-se potenciais candidatos… indecisos.

Noutros assuntos da nossa sociedade, contamos que um ator conhecido foi acusado de sequestro e violação pelo Ministério Público. E que já se contam cinco raparigas grávidas raptadas de lares do Porto.

Olhando para o mundo (e que instável está ele), vale a pena a leitura do texto da nossa correspondente em Bruxelas, a Susana Frexes: União Europeia procura dinheiro para Defesa, Lisboa tem dúvidas e receios sobre fundos. Entretanto, relacionados, encontra estes: “As negociações de paz durarão muito tempo”; e “Acordo sobre terras raras abandona Kiev à sua sorte”. Sobre a Ucrânia, leia o Miguel Monjardino. E sobre a Alemanha e estes tempos, leia o Garton-Ash. Valem cada minuto.

No Ideias, o ensaio vira-se para outra geografia: Pequim era uma festa, conta-nos o ex-embaixador português em terras da China (entre outras), num texto onde descreve os dias em que lá esteve, explicando também como o regime endureceu.

A figura que escolhemos esta semana é a nova diretora do Museu Nacional de Arte Antiga, que quer que o Museu seja mais do que um guarda-jóias.

E a entrevista, com outro especialista de outra área, tem este fascinante título: “O cérebro humano ainda é o que há de mais inteligente”.

Em cima disto, ótimas crónicas e excelente opinião.

No caderno de Economia, faz manchete o entupimento das repartições de Finanças. Não, não se trata do site, devido à validação de faturas (esse também), mas dos milhares de pedidos de NIF feitos por cidadãos estrangeiros e não só. Leia aqui.

Notícia é também este dado: Portugal nunca importou tantos painéis solares da China como agora. E falando em China, a CALB poderá triplicar a escala do projeto de Sines.

Se precisar de algo mais doce, atenção: é que o preço do chocolate engordou 10% apenas no último mês.

Entretanto anote: 24 mil famílias vulneráveis aguardam casas financiadas pelo PRR.

Não será só por isso, claro, mas a inflação está a semear dúvidas em Frankfurt. Na próxima semana há decisões do BCE.

Entretanto, se folhear até ao CEO é o Limite, verá um ótimo texto sobre o trabalho na Geração de 50. E este outro (gosto mesmo deste título): “Ligue a 'Rádio Alcatifa, a empresa agradece”.

Last but not the least, a Revista.

"A Igreja depois de Francisco" é um texto de António Marujo sobre a inevitável discussão na Igreja Católica a propósito da sucessão (nota: o Papa, felizmente, vai melhorando). “O Vaticano, ainda que dividido, move-se. Mas devagar. Demasiado devagar num mundo acelerado e onde ganham cada vez mais importância temas como a participação das mulheres, a atenção aos migrantes e as alterações climáticas”. E depois de Francisco? Entre por aqui.

A entrevista é a Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente. Diz-nos isto: "A firmeza visual do almirante Gouveia e Melo, alto, fardado, dá confiança às pessoas. Acham que ele põe isto tudo na ordem. Não põe. Mas vai ganhar, sem problema nenhum”. Mas também fala de Macau e da vida política que passou por lá.

Mas há outro texto sobre as nossas raizes. Ao caso, este é sobre as árvores históricas de Portugal. Sabia que temos a árvore mais alta da Europa e uma das mais velhas do mundo?

E outro sobre o estado do mundo, o primeiro de uma sequência de textos do historiador Niall Ferguson: O new deal de Trump: 100 dias para reverter o legado de Roosevelt.

E, por fim, um aperitivo: a rota para os Óscares de domingo tem sido atribulada e pontuada de surpresas. Desta vez, apostar nos vencedores é um jogo mais divertido do que é hábito. Vamos a isso?

Deixo-lhe agora os podcasts, destacando o de Miguel Sousa Tavares: “Não gostei de ver Macron com aquele ar íntimo com Trump, ao estilo Marcelo” e “a falha” do Estado que pode levar o MP a agir.

E deixo-lhe também um abraço, com desejos de boas leituras e um excelente fim de semana. Nós estaremos sempre por aqui, à distância de um clique.