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Netanyahu na Assembleia-Geral das Nações Unidas, entre vaias e aplausos

Netanyahu segura um cartaz, na Assembleia-Geral da ONU, no qual se lê "Quem matou americanos e europeus a sangue frio?" e a resposta aponta para "Todas as respostas acima"
Michael M. Santiago

Boa tarde,

“Um país que comete genocídio imploraria à população civil que supostamente está a atacar para que se afastasse do perigo?” A pergunta, retórica, foi feita esta sexta-feira por Benjamin Netanyahu na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). É uma questão, mas no fundo a resposta escolhida pelo primeiro-ministro de Israel sobre as ações do país na Faixa de Gaza, que já mataram mais de 65 mil pessoas, e - sim - foram classificadas como genocídio numa investigação independente solicitada pelo Conselho de Direitos Humanos da própria ONU. Em sua defesa, garantiu que está a pedir ao exército para minimizar ao máximo as baixas civis, além de fazer questão de comunicar à população que deve retirar-se, sempre que necessário.

Nem todos os delegados o ouviram, já que dezenas abandonaram a sala em sinal de protesto antes de Netanyahu iniciar o seu discurso. Entre os que ficaram, ouviram-se vaias, mas também aplausos. O líder israelita falou durante cerca de 45 minutos e houve mesmo quem lhe fizesse uma ovação em pé.

E o que mais disse? Que “Israel deve terminar a sua missão em Gaza o mais rapidamente possível” para eliminar o Hamas, além de enumerar algumas das “conquistas militares históricas” recentes de Telavive: ter esmagado a maior parte da máquina terrorista deste movimento [da Faixa de Gaza]; ter atingido os hutis [do Iémen], e ter incapacitado o Hezbollah [do Líbano].

Netanyahu não esqueceu uma referência aos vários países que há poucos dias reconheceram formalmente o Estado da Palestina (157 agora, incluindo Portugal), para acusar esses líderes mundiais de “apaziguar o mal”, apontando o dedo aos que “condenam publicamente Israel, mas agradecem à porta fechada”.

A terminar, mostrou-se confiante numa "vitória rápida" e num "futuro brilhante de prosperidade e paz", não sem antes deixar uma palavra às “famílias dos queridos reféns que definham nas masmorras de Gaza” e fazer uma interpelação direta ao Hamas: "Deponham as armas. Libertem todos os reféns agora”.

Por ordem do primeiro-ministro de Israel, o seu discurso foi transmitido em Gaza através de altifalantes instalados em camiões do lado israelita da fronteira.

Há mais notícias a marcar a atualidade esta sexta-feira, dia de balanço da tempestade pós-tropical nos Açores e em que Luís Montenegro confirmou que o PSD está a dialogar com o Chega sobre a alteração à lei de estrangeiros.

Ficam os destaques, e os votos de um bom fim de semana. Já sabe, estaremos de volta na segunda-feira