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O afastamento de Jimmy Kimmel do seu programa na ABC, após comentários polémicos a propósito da morte de Charlie Kirk – ou melhor, sobre a reação de Trump ao assassínio –, está a desencadear um forte debate sobre censura nos Estados Unidos. Enquanto Jon Stewart, Stephen Colbert e Jimmy Fallon manifestaram solidariedade com o colega de “Jimmy Kimmel Live!”, outros críticos da decisão apontam mesmo para riscos de uma “nova era de McCarthismo”.
Barack Obama e Kamala Harris vieram a público denunciar a influência de Trump nos media dos Estados Unidos.
Em sentido contrário, em entrevista ao Expresso esta sexta-feira, o senador estadual de Nova Iorque, o luso-americano Jack Martins, considera que os humoristas “têm de respeitar as regras do dono do microfone”. Jimmy Kimmel “sabia perfeitamente que havia consequências, e quais eram”. “Lançou opiniões que talvez não fossem apropriadas”, concluiu, à margem da Conferência Internacional das Lajes.
Donald Trump celebrou a suspensão de Kimmel, pedindo o cancelamento de outros programas críticos da sua presidência.
E foi mais longe. Insinuou que televisões desfavoráveis poderiam perder licenças. “Quando tudo o que fazem é bater no Trump, dar má publicidade, talvez essas licenças devam ser retiradas”, disse à imprensa a bordo do Air Force One - após uma visita de Estado ao Reino Unido.
A ABC justificou a decisão de suspender o programa por “ofensas e insensibilidade”, mas analistas lembram que a Constituição protege o direito à liberdade de expressão, mesmo em casos controversos. Certo é que a Casa Branca ataca os media em várias frentes, com o processo contra o jornal “The New York Times" entre os mais recentes.
Como defende Teresa Violante nesta edição do Expresso, a “defesa da liberdade académica e de expressão exige hoje o mesmo que exigia em 1957: coragem institucional para proteger o dissenso contra as pulsões autoritárias do momento”.
O tema da deriva autocrática de Trump é também tratado no “Eixo do Mal” desta semana, numa altura em que especialistas e organizações como a ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis) veem no caso de Jimmy Kimmel um teste decisivo ao equilíbrio entre liberdade e pressões políticas. Kimmel poderá avançar com ações judiciais, transformando a sua defesa num símbolo mais amplo contra o que muitos já classificam como “abuso de poder”. Em julho, a CBS decidiu cancelar “The Late Show” de Stephen Colbert em 2026 e Trump também se congratulou com a decisão.
O funeral de Charlie Kirk, cuja morte se transformou em facto político e está a levar a uma polarização ainda maior na sociedade americana, está marcado para este domingo, 21 de setembro. Acontecerá num estádio de futebol americano, no Arizona.
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