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“Daqui ninguém sai! Seria uma cobardia alguém demitir-se.” Foi assim que Carlos Moedas quebrou o silêncio ontem, em entrevista à SIC. Já hoje foi o próprio a sair de uma reunião sobre o descarrilamento do Elevador da Glória, que provocou 16 mortos. O presidente da Câmara de Lisboa (e recandidato ao cargo) abandonou uma reunião extraordinária durante a qual foi acusado de “fugir” às perguntas e de querer desviar as atenções das suas responsabilidades políticas.
À saída da reunião, acompanhada pela Cláudia Monarca Almeida, o porta-voz da autarquia voltou a ser o vice-presidente. Filipe Anacoreta Correia destacou a decisão da criação de um portal da transparência para publicar documentos sobre o acidente da semana passada, alertando que “há muita informação a circular no espaço público que não é verdade”. E garantiu: “Ninguém está a lidar com isto à defesa. Queremos que toda a informação seja de conhecimento público, independentemente das consequências.”
A oposição criticou Moedas por, mais uma vez, se escudar no vice-presidente da autarquia e não ter sido o próprio a falar aos jornalistas. Pedro Moreira, do Bloco de Esquerda, apontou ainda a presença do diretor de campanha de Moedas, um ex-chefe de gabinete que já não é funcionário da Câmara, no perímetro de segurança no dia do acidente. “É absolutamente inexplicável. É de alguém que gere a Câmara Municipal como uma agência de comunicação”, acusou.
Entretanto, Alexandra Leitão, candidata do PS à Câmara da capital, acusou Moedas de só falar aos lisboetas “para insultar e não para dar soluções”. A candidata criticou a “inação” do autarca durante 96 horas após a tragédia, destacando que Moedas não convocou o executivo municipal e que a reunião camarária desta segunda-feira só aconteceu a pedido do PCP. Leitão defendeu igualmente que apontar falhas técnicas não é aproveitamento político e propôs medidas como um gabinete de apoio às vítimas e auditorias aos protocolos de vistoria dos elevadores. O relato é do Hélio Carvalho.
E Ferro Rodrigues manifestou “indignação pelas mentiras de Carlos Moedas” após as declarações do presidente da Câmara de Lisboa na SIC sobre Jorge Coelho e a queda da ponte Hintze Ribeiro, em Entre-os-Rios, escreve a Liliana Valente. Moedas afirmou que o antigo ministro socialista tinha recebido informações sobre problemas de manutenção na ponte e se demitiu por causa disso – versão que Ferro Rodrigues contraria categoricamente, garantindo que Jorge Coelho não tinha qualquer conhecimento do que poderia acontecer. O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, também condenou as palavras de Moedas, acusando-o de “ofender a memória de Jorge Coelho” numa “fuga para a frente” após a tragédia do Elevador da Glória.
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H.