Boa tarde,
Ontem, o primeiro-ministro falou ao país sobre os incêndios: apresentou 45 medidas e a intenção de promover um pacto para a floresta. O PS reagiu de imediato e os restantes partidos da oposição já hoje, com muitas críticas. Por seu turno, nas autarquias, com as eleições a pouco mais de mês e meio de distância, é tempo de esquecer os banhos e arregaçar as mangas. Lisboa é exemplo disso, com Carlos Moedas e Alexandra Leitão a trocar argumentos via artigos de jornal e ainda com a turbulência nas estruturas do PSD/Lisboa. Vamos a estes assuntos com um pouco mais de detalhe – e para além disso desejo-lhe um bom fim de semana e boas férias, se for caso disso.
1. Oposição lança chamas ao Governo
Os partidos da oposição criticaram o Governo por governar “com base em perceções” e estar mais preocupado com a imagem do que com soluções concretas. O PS acusou o executivo de teimosia e de falta de execução de reformas lançadas ainda no tempo de António Costa; o Chega voltou a pedir a demissão da ministra da Administração Interna; PCP e BE apontaram falta de medidas efetivas; PAN e Livre exigiram rapidez, menos burocracia e uma nova visão para a floresta. Uma das medidas anunciadas — isenção de taxas moderadoras — gerou polémica por já estar em vigor desde 2022, exceto para doentes não referenciados. Ainda neste âmbito, Marcelo diz que não há paralelo entre a situação deste ano e a de 2017, enquanto o Governo planeia voltar a mexer na organização da Proteção Civil, que em 2023 passou a obedecer a 24 estruturas regionais e sub-regionais.
2. Moedas vs. Leitão: aquecimento para os debates
Alexandra Leitão desafiou Carlos Moedas para mais debates sobre Lisboa, defendendo que os lisboetas “merecem ser esclarecidos”. Ambos publicaram artigos no mesmo dia, transformando a troca de argumentos numa antecipação do frente a frente televisivo agendado para 10 de setembro, na SIC Notícias. Moedas destacou medidas sociais, fiscais e de habitação, reivindicando avanços nos transportes, saúde e impostos. Leitão contestou os números na habitação, acusando o autarca de propaganda e falta de respostas.
3. Guerra no PSD/Lisboa
Além da oposição, Moedas também tem de se preocupar com quezílias internas. Hoje relatamos mais um episódio: a denúncia de Daniel Gonçalves, presidente da Junta de freguesia das Avenidas Novas, que afirma ter visto a sua lista alterada sem consentimento pelo líder concelhio, Luís Newton. Gonçalves garante que não fará campanha com os elementos “impostos” e admite subscrever uma queixa coletiva nos tribunais.
4. O calor que mói e mata
Um relatório conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que contou com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), alerta que metade da população mundial já sofre consequências do calor extremo, como golpes de calor, desidratação e disfunções renais. Mais de 2,4 mil milhões de trabalhadores estão expostos, gerando 22,8 milhões de acidentes anuais. A produtividade laboral cai até 3% por cada grau acima dos 20°C, detalha-se.
5. Punk is dead?
São excelentes as palavras do Paulo André Cecílio e as fotos do Tiago Miranda sobre o festival Vilar de Mouros, que hoje vai para o seu terceiro dia. Ontem foi dia de Sex Pistols, essenciais em qualquer história da música moderna, mas que o Paulo viu reduzida a uma espécie de banda de versões dela própria. A crítica é boa porque é daquelas que nos deixa a pensar – e o jornalista deixa-nos um contra-argumento: haverá algo mais punk do que “urinar sobre todo o legado, independentemente do que outros possam pensar ou criticar”?