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Crescem os bairros de barracas, o caso Odair Moniz, e o sucesso dos Calema

José Fonseca Fernandes

Boa tarde,

Depois do Governo, hoje houve cerimónia de tomada de posse dos secretários de Estado. São 43, e como é hábito, a posse decorreu sem discursos, apenas com a assinatura e compromisso de honra de cada um dos governantes. Pouco depois, realizou-se o primeiro Conselho de Ministros do XXV Governo, com direito a foto de família e a promessa do primeiro-ministro de que teremos um executivo “polivalente”, a "planar" à esquerda e à direita e "sempre para a frente"

Ficamos também a saber que Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro vão à Alemanha ver final da Liga das Nações e celebrar Dia de Portugal. E de Bruxelas chega um pedido, que Portugal adote nova estratégia para a habitação com controlo de rendas e limites no alojamento local, já que as medidas tomadas até aqui estão a revelar-se incapazes para responder à crise habitacional.

Como sempre, encontra no Expresso Fundamental o essencial da atualidade nacional e internacional, mas temos mais destaques para lhe sugerir. Seguem abaixo. Bom fim de semana.

1. Viver em barracas

A subida das rendas empurrou-os para a rua. Mesmo trabalhando, os salários não chegam para pagar rendas de casa ou mesmo um quarto, o que tem empurrado famílias inteiras para bairros de barracas, construídas clandestinamente. “Estão a nascer bairros inteiros, de tijolo ou de lata, onde vivem três mil famílias nos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa”, lê-se na reportagem que hoje publicamos. Há já 27 na Grande Lisboa, e o Bairro do Talude, em Loures, é apenas um deles, onde vivem atualmente cerca de 80 famílias, quase todas de São Tomé. Mas o número não para de crescer. Segundo dados recolhidos pelo Expresso, há registo de habitações autoconstruídas em 50% dos concelhos da AML, sendo que seis — Almada, Amadora, Loures, Odivelas, Seixal e Vila Franca de Xira — têm bairros inteiros de barracas.

2. Agente da polícia filmado a colocar objeto similar a uma faca junto do corpo de Odair Moniz

O telemóvel de um morador da Cova da Moura, bairro da Amadora, filmou R.M., um agente da PSP, a colocar um “objeto morfologicamente semelhante a uma faca” junto do pneu traseiro de um carro que estava estacionado perto do corpo inanimado de Odair Moniz na madrugada de 21 de outubro do ano passado.” No total, há seis filmes de curta duração gravados entre as 5h35 e as 6h03. As imagens, onde é possível ver R.M. a deslocar duas bolsas de Odair Moniz e o tal objeto semelhante a uma faca, foram analisadas pelo laboratório da polícia científica e fazem parte do processo que vai julgar o agente que disparou os tiros mortais.

Tal como fora já noticiado no Expresso, o relatório final da PJ sobre o caso sublinha as “incongruências relacionadas com a arma branca apreendida” por parte dos elementos da PSP que foram ouvidos em interrogatório. O laboratório admite que a faca encontrada próxima do corpo de Odair Moniz possa ter sido manuseada por uma pessoa que usava luvas para não deixar impressões digitais.

3. Calema: “A lusofonia é linda”

Oriundos de São João dos Angolares, no sul de São Tomé e Príncipe, e criados no seio de uma família humilde, os irmãos Fradique e António Mendes Ferreira atuam este sábado no estádio da Luz, alcançando um feito que nenhum artista do mundo lusófono tinha conseguido até aqui. Tem sido uma viagem, e esta reportagem em Paris conta a história que levou ao sucesso dos Calema, embalado em músicas românticas, que escrevem em conjunto. Mais de um milhão e 600 mil ouvintes mensais na plataforma de streaming Spotify, mais de 400 mil subscritores do canal de YouTube e perto de 1 milhão de seguidores na rede social Instagram: os números que espelham o sucesso da dupla são impressionantes. E não se esgotam dentro de fronteiras. Em Paris, 14 mil pessoas esgotaram a Accor Arena, uma das maiores da capital francesa.