Expresso Olha, nem sei

Desmaiei num abraço

O título não é uma metáfora ou um aforismo, é uma descrição literal: desmaiei num abraço. Senti-me tonta e uma impressão estranha no estômago que se alastrou e me tirou as forças.


“Não me estou a sentir bem. Eu não estou bem”.


Perdi os sentidos. Lembro-me de sentir que me estavam a pegar ao colo e me deitarem no sofá.


“Vou-te buscar sal, é melhor para a tensão.”

“Eu quero açúcar.”


Até em momentos em que perco o controlo, anseio por ter algum controlo. Desmaiei num abraço e bebi água com açúcar.


O médico das urgências disse que o diagnóstico mais provável era síndrome/ síncope vasovagal, para além de estar com défice de ferritina e a hemoglobina no limite do aceitável. Tenho, ainda, de ficar atenta ao coração, disse-me ele.


“A síncope vasovagal é uma perda súbita e transitória da consciência causada por uma breve redução do fluxo de sangue para o cérebro, e acontece quando há uma diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos por um estímulo inapropriado ao nervo vago, um nervo que se estende do cérebro ao estômago, e é muito importante para regular diversas funções vitais.”


O mais estranho disto tudo é que eu estava calma e fiquei calma durante todo o processo, porque estava num abraço de quem gosto.


Por isso, o meu conselho esta semana é que abracem sempre as pessoas de quem gostam, não vão elas, literalmente, precisar do vosso apoio.


Já eu, vou cuidar de mim e dos meus. Volto dia 12 de setembro à vossa caixa de correio.


Com carinho e atenta ao coração,

Clara
clara@claranao.com


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