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Bem vindo a este Expresso na Estrada, a newsletter sobre a campanha eleitoral na qual pode embarcar mesmo ao fim-de-semana.

Já apareceram Passos, Barroso e Cristas. E, na última semana de pré-campanha, estiveram Balsemão, Cavaco e Ferreira Leite. O PSD foi desfiando líderes, enquanto Pedro Nuno Santos parecia ter pouco mais do que os seus cabeças de lista a acompanhá-lo (Assis no Porto, Alexandra Leitão em Santarém ou Ana Mendes Godinho na Guarda serão os mais conhecidos) Mas este sábado chega António Costa para o comício do Porto de um partido que, com o novo líder, diz que quer mudar, mas com orgulho no passado. Um passado, sobretudo o mais próximo, que o PCP diz que Costa deve ter “remorsos”.

Será mais um regresso ao passado numa campanha cheia dele e que teve estar sexta-feira Durão Barroso a lembrar que foi o PS a levar o país à intervenção externa e a dizer que a AD deve ter orgulho na governação de Passos Coelho. Isto no dia em que Portugal voltou, ao fim de 13 anos, à primeira divisão da dívida pública, o que, segundo Fernando Medina, se deve às políticas dos últimos anos. A presença do antigo primeiro-ministro e presidente da Comissão Europeia terminou um dia em que, mais uma vez, Luís Montenegro tinha andado a responder ao fantasma da noite passada.

Foi assim na terça, foi assim na quarta e foi assim esta sexta-feira: dias dominados por temas lançados pela AD, mas não pelos melhores motivos e que levam o líder, Luís Montenegro, passar o dia a emendar ou remediar os que outros disseram. Mas esta sexta-feira teve uma diferença: na terça, Montenegro tentou suavizar as palavras de Passos Coelho sobre imigração e segurança e recuperar a confiança dos pensionistas; quarta-feira afastou alterações à lei da legalização do aborto, transformando Paulo Núncio num “ruído”; esta sexta-feira fez o caminho contrário e defendeu o cabeça de lista da AD por Santarém, Eduardo Oliveira Sousa, que, no jantar-comício de quinta-feira, tinha falado em “falsas razões climáticas” e avisado que agricultores admitem "milícias armadas" para evitar roubos.

As afirmações do cabeça de lista por Santarém e ex-presidente da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP) foram, ao longo do dia, criticadas por praticamente todos os partidos, a começar pelo PAN e com Pedro Nuno Santos e Mariana Mortágua a criticarem os “negacionistas” da AD. E também por Rui Rocha, ainda que moderadamente. “Algumas declarações mostram como ainda há resistência ao futuro”, disse o líder liberal, cujo partido costuma ter uma posição recuada sobre alterações climáticas. E até Ventura chamou ”tonto" a Oliveira Sousa, considerando “impensável” haver milícias armadas de agricultores. Quem Ventura quer que use livremente de armas são os polícias: em Lamego anunciou que vai promover uma “carta de compromisso para militares, polícias e bombeiros, para que nunca sejam abandonados pelo Estado”. Promessas feitas ao almoço, que à noite Ventura saiu pelas traseiras para não ser confrontado com mais uma notícia, agora da TVI, sobre o financiamento do Chega.

De futuro, falou um bocadinho Pedro Nuno Santos, ao prometer a redução do horário de trabalho de 40h para 37,5h para os pais jovens com filhos até aos três anos e mais investimento para tratamentos de fertilidade no Serviço Nacional de Saúde. Mas de futuro falou sobretudo Francisco Pinto Balsemão, que foi a Coimbra receber um prémio deixar inquietações sobre um mundo cada vez mais global e, no entanto, mais dividido.