Caro leitor,
Aqui está mais uma edição da newsletter de Economia do Expresso exclusivamente dedicada aos Fundos Europeus.
Trago-lhe as notícias mais relevantes sobre o tema, assim como dicas e oportunidades para que consiga tirar o máximo proveito dos apoios da União Europeia.
EM RETROSPETIVA
O Tribunal de Contas Europeu (TCE) concluiu que as reformas do mercado de trabalho implementadas por Portugal no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foram insuficientes para enfrentar os desafios estruturais identificados pela Comissão Europeia, apresentando um impacto limitado e falta de evidências concretas sobre benefícios no emprego.
Noutro relatório, o auditor criticou a aplicação das verbas da "bazuca" europeia na transição digital. Diz que, apesar de todos os países terem investido pelo menos 20% dos fundos em medidas digitais, muitos não priorizaram as suas reais necessidades. Há falta de foco estratégico, atrasos na execução e pouca colaboração entre países. O TCE diz que esta pode ter sido uma oportunidade perdida para transformar digitalmente a União Europeia.
As queixas sobre o Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis (PAE+S) dispararam no início do ano. A Provedoria de Justiça abriu 68 processos relacionados com atrasos, exclusões e exigências mal comunicadas. As reclamações também se multiplicaram na Deco e no Portal da Queixa. O Ministério do Ambiente disse ao Expresso que vai reavaliar as candidaturas contestadas.
Entretanto, a entidade liderada por Maria Lúcia Amaral recomendou ao Fundo Ambiental a revisão das candidaturas excluídas do programa.
As candidaturas aos incentivos para a compra de veículos elétricos abriram a 31 de março, com um reforço de verbas, para os 13,5 milhões de euros. Segundo o Jornal de Negócios, os apoios esgotaram em menos de uma semana. O programa visa promover a substituição de veículos poluentes por modelos de emissões zero. Saiba mais sobre o assunto nas sete perguntas e respostas que preparámos.
As empresas vão poder receber adiantamentos de 40% dos apoios do Portugal 2030 com garantias do Banco de Fomento, noticiou o Eco. Para aceder ao adiantamento, as empresas devem ter solicitado pelo menos 5% de reembolso do investimento aprovado, salvo se apresentarem uma garantia bancária. Uma linha de mil milhões de euros será criada para apoiar estas garantias.
Adiantamentos é o que empresas e associações aguardam impacientemente do Compete 2030, para projetos de internacionalização, com 39 milhões de euros em pedidos pendentes. O DN escreveu que também há atrasos nos apoios do PRR, com os empresários a ponderarem desistir dos projetos.
O Governo já entregou a proposta de reprogramação do Portugal 2030 à Comissão Europeia, com uma reafetação de verbas de 1,7 mil milhões de euros (Jornal de Negócios). E Bruxelas decidiu esta sexta-feira sobre a reprogramação do PRR português - segundo o Eco, houve “luz verde”.
FICOU NO OUVIDO
"Estamos a levar à risca a recomendação do Sr. Presidente da República de agir como se fôssemos um Governo em plenitude de funções"
Manuel Castro Almeida, ministro Adjunto e da Coesão Territorial, em entrevista ao podcast ECO dos Fundos
ESTEJA ATENTO: Empresas podem descarbonizar e internacionalizar
O Compete 2030 lançou o Registo de Pedido de Auxílio (RPA) para projetos de descarbonização das empresas, no âmbito do Sistema de Incentivos à Transição Climática e Energética (SITCE). O apoio destina-se a empresas que procuram reduzir o consumo energético e as emissões de gases com efeito de estufa, implementando tecnologias e processos de produção mais eficientes e sustentáveis. As candidaturas podem ser realizadas no Balcão dos Fundos.
Também o Compete 2030 lançou um aviso de internacionalização de I&D, destinado a apoiar operações individuais ou em copromoção que visem o cofinanciamento nacional a entidades portuguesas participantes em projetos europeus. São elegíveis micro, pequenas e médias empresas (PME) e Small Mid Caps de todas as regiões do continente, com taxas de cofinanciamento de até 80% e uma dotação total de €13,3 milhões. Pode submeter a candidatura aqui.
BARÓMETRO DOS FUNDOS
- Plano de Recuperação e Resiliência
Os últimos dados de monitorização do PRR indicam que Portugal embolsou, até 2 de abril, €11.396 milhões, cerca de 51% do pacote financeiro de €22.216 milhões. Em avaliação, encontram-se €1671 milhões, respeitantes ao sexto pedido de pagamento.
Ao nível da execução, dos 463 marcos e metas acordados com Bruxelas, 147 (32%) foram cumpridos, mas 30 continuam em avaliação e 13 em fase de apresentação. Já as transferências aos beneficiários diretos e finais totalizam €7250 milhões, o equivalente a 33% do envelope. “Em trânsito” nos beneficiários intermediários, isto é, nas entidades gestoras dos programas, estão €1850 milhões.
As empresas (€2553 milhões), as entidades públicas (€1618 milhões) e as autarquias e áreas metropolitanas (€901 milhões) estão no topo dos beneficiários com maior valor recebido até agora.
- Portugal 2030
O boletim mensal mais recente revela que o Portugal 2030, com verbas de €22.995 milhões, leva uma taxa de execução de 6,2% (€1435 milhões), embora €6252 milhões, ou seja, 27% da dotação, já tenham recebido “luz verde”.
Até dia 28 de fevereiro, o atual quadro comunitário de apoio tinha 925 avisos lançados, com €12.725 milhões de fundo a concurso. Destes, 45% pertencem ao FEDER, 34% ao Fundo Social Europeu+ e 17% ao Fundo de Coesão.
No âmbito dos 12 programas que compõem o Portugal 2030, a maior parcela de aprovação e de execução continua a pertencer ao Pessoas 2030.
A próxima edição da newsletter de Fundos Europeus regressa no próximo mês, mas, até lá, pode acompanhar diariamente as notícias mais relevantes no Expresso. Caso tenha algum comentário ou sugestão pode contactar-me através do seguinte e-mail: mcdias@expresso.impresa.pt
Desejo-lhe um ótimo fim de semana e… boas leituras!