Carros e motoristas da aplicação UberPop vandalizados e atacados, aeroportos, estações de caminho de ferro e acessos a Paris bloqueados, cenas de guerrilha com a polícia e violência durante toda a manhã na capital e noutras grandes cidades.
A greve nacional dos táxis franceses contra a aplicação UberPop, a mais barata do serviço de carros de aluguer Uber, começou na manhã desta quinta-feira, com milhares de taxistas furiosos em ações muito radicais, em todo o país, principalmente em Paris.
Os taxistas, que incendiaram pneus em autoestradas das principais cidades, agrediram motoristas da UberPop e se envolveram em confrontos com a polícia, ganharam a primeira batalha da guerra que travam contra a Uber.
O Governo francês ficou preocupado com a forte e musculada mobilização e o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, apelou à calma e ao respeito pela ordem e do direito. E cedeu: declarou ilegal o serviço UberPop, pediu aos taxistas para se acalmarem e anunciou que uma delegação dos sindicatos e das federações do sector foi convidada para uma reunião, na tarde desta quinta-feira, com ele e o primeiro-ministro Manuel Valls.
Os taxistas franceses visam sobretudo a UberPop, a mais barata das aplicações propostas em França pela Uber, aplicação para telefones móveis de uma empresa americana com o mesmo nome, especializada em aluguer de automóveis comuns com motoristas na sua larga maioria não-profissionais.
A mobilização dos taxistas franceses traduziu-se, na última semana, em mais de uma centena de ataques em todo o país a carros, motoristas – e mesmo clientes – da UberPop. A guerra entre os táxis e a Uber agudizou-se esta quinta-feira com uma radical greve nacional muito participada.
Responsáveis da UberPop dizem que a decisão do Governo e das prefeituras regionais de proibir este serviço em Paris e em numerosas outras cidades, como em Bordéus e Lyon, é ilegal. “Os tribunais ainda não decidiram sobre isso e apenas seguimos as regras da concorrência”, disseram alguns deles, em coro com deputados da direita francesa que os apoiam.
Os taxistas denunciam uma “concorrência desleal” dos serviços Uber em geral, desde os mais luxuosos aos mais baratos, dizendo que os motoristas não têm sequer de responder a simples testes para poderem trabalhar e transportar clientes. Acusam-nos ainda de não pagarem licenças nem taxas ou impostos sobre o que ganham. O serviço de baixo preço UberPop é assegurado por aderentes, simples cidadãos particulares donos de um carro, não necessariamente luxuoso.