Exclusivo

Multimédia

“Um dia isto acaba”, mas por enquanto há uma árvore com chouriças e carne na Carvalha: chama-se cambeiro e a colheita faz-se uma vez ao ano

Um tronco carregado em jeito de procissão que passa à porta de cada casa da Carvalha para recolher donativos - que é como quem diz chouriças, febras ou até serradura - para um leilão comunitário. No final, o dinheiro paga obras na capela e o repasto é partilhado por todos. Na aldeia de Oliveira do Hospital com apenas 40 habitantes são cada vez menos os que ficam para continuar as tradições

A Carvalha fica a quinhentos metros de altitude, hoje está envolta por um nevoeiro preguiçoso, que se deita sobre o vale onde corre o Rio Alva, e tapa de lençóis as povoações que se colam às margens. Nas ruas, onde se pisa a calçada de granito, o cinzento dominante mistura-se com o verde do musgo e da vegetação espontânea que, em pleno inverno, floresce por todo o lado. É mais um domingo de janeiro e às 9h da manhã a aldeia acorda.