O caso Tancos entrou de rompante na campanha eleitoral e o CDS que garantir que não perde força. Depois de uma série de declarações muito duras da presidente, Assunção Cristas, implicando António Costa no caso, o partido decidiu ir mais longe e marcar para este sábado uma reunião extraordinária da sua Comissão Executiva. Objetivo? Tomar posição sobre Tancos.
Numa manobra surpresa, Cristas decidiu anunciar a mudança de planos à saída de uma visita ao Colégio de São Miguel, em Fátima. E prometeu dar explicações no final da reunião, marcada para as 11h30, na sede do Largo do Caldas, em Lisboa. Até lá, sabe-se que o núcleo duro reunirá "para analisar tudo o que se passou e tudo o que foi dito" nos últimos dias sobre Tancos.
A importância dada pelo CDS ao tema não é novidade: foram os centristas, como Cristas lembra, que propuseram a criação de uma comissão parlamentar de inquérito às responsabilidades políticas do caso - e que depois chumbaram as conclusões da esquerda, que isentavam o Governo de culpas. E foi Cristas a primeira a lançar um ataque contundente ao primeiro-ministro, esta semana, ao colocar assim a questão sobre um Governo que diz "ilibar criminosos e impedir a Justiça de funcionar": "Então um deputado [Tiago Barbosa Ribeiro, do PS] sabia [do encobrimento] e o primeiro-ministro não sabia?".
O tema acabou por contagiar a campanha e provocar declarações dos responsáveis políticos em série, com um efeito dominó que foi de Rui Rio - que disse "não ser crível" que Costa não estivesse a par do processo de recuperação das armas - até Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, que esta quinta-feira acabaram por sinalizar a gravidade do caso. Será essa vaga de novas reações e posições que o núcleo de Cristas terá em conta este sábado, na reunião marcada de emergência que até alterou a agenda da campanha (ficou cancelada a presença na feira de Queluz que estava marcada para as nove da manhã).