Em março de 2020, um celeiro explode numa aldeia rural holandesa. No mês seguinte, um carregamento de blocos de betão é apreendido em Barcelona. Em março de 2022, a polícia faz uma rusga a uma casa de luxo nos arredores da Cidade do México. Todos estes acontecimentos estão ligados a um único propósito: traficar cocaína através de vários continentes, culturas e cartéis.
Quando pensamos em tráfico de droga, pensar em hierarquias rígidas dirigidas por barões da droga como Pablo Escobar ou Joaquín “El Chapo” Guzmán. Mas hoje a realidade é muito mais complexa do que isso.
Com a procura global de cocaína a aumentar e os mercados a crescer rapidamente na Ásia, África e Europa, os dias em que um único cartel podia dominar toda uma cadeia de abastecimento já lá vão.
Atualmente, é muito mais provável que as organizações criminosas se liguem em rede, muitas vezes numa espécie de regime freelance, para transportarem a cocaína ao longo de diferentes etapas da viagem.
Para ver como isto funciona na prática, o consórcio OCCRP e os seus parceiros de media analisaram a forma como um grupo de gangues e criminosos trabalhou em conjunto para alimentar uma das mais movimentadas autoestradas da droga do mundo: da América Latina para a Europa.