Em fevereiro do ano passado, a polícia colombiana intercetou uma chamada de um suspeito de tráfico de droga em Bogotá, que organizava uma grande venda de cocaína a um comprador no México. O homem gabava-se de que havia muita droga disponível em Denver, Miami e nas Caraíbas.
Apenas meia década antes, a droga teria quase de certeza vindo da Colômbia ou das regiões andinas vizinhas do Peru ou da Bolívia. Mas os tempos eram outros. Esta coca, disse o homem, tinha sido cultivada na Guatemala — um país a mais de 2.000 quilómetros de distância, para noroeste, que historicamente tem servido sobretudo como paragem para os traficantes.
A coca “deu bons resultados”, disse o homem a uma pessoa que parece ser um parceiro de negócios, de acordo com uma transcrição da escuta telefónica da polícia. Ele disse que tinha “100 caixas de sapatos brancos de alta qualidade” — código para quilos de cocaína — e “cozinheiros” prontos para começar a trabalhar na Guatemala e no México.