Uma aliança de empresas europeias, a Intellexa, vendeu tecnologia de vigilância em massa e um software espião para telemóveis, o Predator, a vários regimes autocráticos para poderem vigiar ativistas e políticos. Esses contratos de fornecimento, que incluíram o Egito, bem como uma série de tentativas de venda, a mais notória delas à Arábia Saudita, tiveram a complacência e, por vezes, a cumplicidade de alguns Governos europeus, em especial o de França.
Uma investigação desenvolvida por 15 media internacionais e coordenada pela rede European Investigative Collaborations (EIC), os Predator Files, a partir de documentos obtidos pelo jornal online francês “Mediapart” e pela revista alemã “Der Spiegel”, revela que as empresas em causa contornaram as restrições de exportação da União Europeia, beneficiando de um clima de tolerância das autoridades.