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Investigação

Predator Files: Europa vendeu espionagem de telemóveis a algumas das piores ditaduras do mundo

Investigação da rede EIC revela como uma aliança de empresas europeias exportou o Predator para regimes violentos. Ex-assessor de Macron esteve envolvido na tentativa de venda desse spyware à Arábia Saudita

Simon Toupet / Mediapart

Uma aliança de empresas europeias, a Intellexa, vendeu tecnologia de vigilância em massa e um software espião para telemóveis, o Predator, a vários regimes autocráticos para poderem vigiar ativistas e políticos. Esses contratos de fornecimento, que incluíram o Egito, bem como uma série de tentativas de venda, a mais notória delas à Arábia Saudita, tiveram a complacência e, por vezes, a cumplicidade de alguns Governos europeus, em especial o de França.

Uma investigação desenvolvida por 15 media internacionais e coordenada pela rede European Investigative Collaborations (EIC), os Predator Files, a partir de documentos obtidos pelo jornal online francês “Mediapart” e pela revista alemã “Der Spiegel”, revela que as empresas em causa contornaram as restrições de exportação da União Europeia, beneficiando de um clima de tolerância das autoridades.