Os ossos, amarelados e rachados pelo tempo, estão dispostos em cima de uma larga mesa, sobre lençol branco, no meio de uma sala luminosa, com janelas a toda a volta. É uma pessoa quase completa, que um filho e uma filha esperam há muitos anos, pelo menos 50, talvez 60. No dia seguinte, vão poder receber o corpo, é por isso que já está aqui, preparado.
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Reportagem em Chipre, a ilha dividida há 50 anos: os ossos dos outros são iguais aos nossos
Um muro físico separa gregos e turcos na ilha mediterrânica desde 1974 e já antes houvera violência entre comunidades. Recuperar os corpos dos desaparecidos na guerra é projeto comum após meio século de partição entre um Estado-membro da UE e um país sem reconhecimento internacional