Sem surpresas, Roberta Metsola foi eleita à primeira volta e continuará a presidir ao Parlamento Europeu (PE) com 562 votos (90,2%, a maior percentagem de votos na eleição de um presidente do PE). A maltesa do Partido Popular Europeu, presidente desde janeiro 2022, é agora eleita por mais dois anos e meio.
Ainda esta tarde, deverá encontrar-se com António Costa. O presidente-eleito do Conselho Europeu vai estar em Estrasburgo para reuniões com os socialistas europeus e, com forte probabilidade, irá ainda encontrar-se com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A espanhola Irene Montero, candidata do grupo d` A Esquerda - a bancada Bloco de Esquerda e PCP -, que apresentou a sua candidatura na véspera, teve apenas 61 votos (9,8%).
Mal foi conhecido o resultado da votação, Metsola dirigiu-se aos eurodeputados, focando o seu discurso na urgente missão de “Deixar à Europa um lugar melhor”. “Partilhamos a responsabilidade de deixar à Europa um lugar melhor do que aquele que encontrámos”, lembrou.
Sob este lema, a recém-eleita presidente do Parlamento Europeu apontou como prioridades da próxima legislatura a aplicação de legislação adequada para migrações e política de asilo, aproveitar as oportunidades da era digital, lutar pelos direitos das mulheres, encontrar soluções reais para a crise climática, duplicar a competitividade europeia e reforçar o pilar social.
No discurso que antecedeu o momento da votação, Roberta Metsola sublinhou o papel do Parlamento Europeu como “o grande defensor da Ucrânia” e como “a voz do humanismo” no Médio Oriente.
Metsola prometeu ainda “mais debate" e "menos burocracia” na instituição, numa intervenção que visou cativar votos entre as várias forças políticas, reforçando um pilar social forte como pedem sistematicamente os socialistas.
A candidata do grupo d`A Esquerda, que falou pouco depois, justificou a sua candidatura com a defesa de “uma Europa de paz que aposte no fim do genocídio do povo palestiniano, uma Europa feminista e verde, anti-racista, anti-fascista, de direitos e justiça social".
Montero apontou o dedo ao “consenso de guerra” que comparou com a política de austeridade, imposta há 15 anos, e da qual a Europa “ainda não recuperou”.
Os 720 eurodeputados da décima legislatura, que teve início esta terça-feira, em Estrasburgo, elegem hoje o presidente e 14 vice-presidentes do novo Parlamento, que terá mais 15 lugares do que o anterior. Na sua composição, há 39% mulheres e 54% são novos eurodeputados.
Artigo atualizado às 12h38