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União Europeia

O ‘sprint’ final de Ursula von der Leyen para evitar o chumbo no Parlamento Europeu

Liberais ameaçam votar contra a recondução da presidente da Comissão Europeia. Socialistas pedem mais garantias, pelo que a alemã só tem apoio assegurado do centro-direita. A negociação será até ao último minuto

Ao contrário de António Costa, futuro presidente do Conselho Europeu, Ursula Von der Leyen depende da votação do Parlamento Europeu para ser reconduzida como presidente a Comissão Europeia
Thierry Monasse/Getty Images

O ambiente é de tensão e total negociação política dentro do Parlamento Europeu (PE), que toma posse na próxima terça-feira, em Estrasburgo. Ursula von der Leyen anda de grupo em grupo e nos gabinetes de vários eurodeputados a tentar dissipar dúvidas e assegurar os 361 votos de que precisa para ser reeleita presidente da Comissão Europeia.

O risco de a alemã ser chumbada é real, e os grupos políticos, sobretudo o Renovar a Europa (RE, liberais) e Socialistas & Democratas (S&D, centro-esquerda) usam essa possibilidade para pedir mais garantias e fazer reivindicações. Do lado do Partido Popular Europeu (PPE, centro-direita), há alguma impaciência, porque se Von der Leyen chegou até aqui, foi graças a um acordo entre os dirigentes destas mesmas três famílias políticas. Só que as respetivas bancadas no PE recusam-se a assinar de cruz a escolha de Emmanuel Macron, Pedro Sánchez e companhia. Mesmo dentro do PPE, há resistentes a votar na presidente recandidata.