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União Europeia

O ChatGPT sabe tudo sobre as eleições europeias? Não. E quando as perguntas são feitas em português sabe ainda menos

No título usámos o nome de um dos vários chatbots disponíveis hoje em dia na internet. É o mais popular, mas há vários. Estes chatbots são uma espécie de assistentes pessoais disponíveis para responder às perguntas que lhes façamos e, para isso, “alimentam-se” de textos que já existem na internet. O problema é que facilidade não é, de todo, sinónimo de qualidade e os investigadores nesta área avisam que consultar estas ferramentas para obter informação fidedigna sobre eleições é uma má ideia, porque os chatbots ainda não sabem dizer “não sei, por favor dirija-se ao site oficial da comissão eleitoral do seu país”
Os "chatbots" são ferramentas de pesquisa muito relevantes, mas exigem sempre uma verificação por parte dos utilizadores, porque podem conter desinformação
SOPA Images

Só desde o início do ano, já surgiram na internet vídeos falsos da Presidente da Moldávia a dar o seu apoio a um partido próximo da Rússia, quando ela é conhecida pelas suas posições pró-Ucrânia, uma mensagem áudio com uma voz parecida com a do líder do partido liberal da Eslováquia a discutir a possibilidade de comprar as eleições e um outro vídeo de uma deputada do Bangladesh — um país conservador de maioria muçulmana — a dançar de biquíni. Tudo isto foi feito com recurso a ferramentas de Inteligência Artificial (AI), que podem gerar vídeos, ilustrações, artigos noticiosos, imagens e mensagens de voz em meros segundos, mediante o pedido específico do utilizador.

A IA divide-se em milhares de funcionalidades. Algumas não estão sequer acessíveis ao utilizador comum da internet, outras sim, como os chamados chatbots, ou caixas de diálogo, que se assemelham, visualmente, a uma barra de pesquisa num normal motor de busca e onde podemos escrever perguntas que são respondidas por esse “assistente”, o “bot”, que, por sua vez, bebe informação do cérebro coletivo que é a internet e conjuga-a numa resposta aparentemente plausível. É possível perguntar literalmente qualquer coisa, mas há uma grande probabilidade de a informação não ser toda atual, fidedigna ou ambas.