Às portas de umas eleições europeias que podem resultar na mais forte votação em partidos populistas desde o nascimento do projeto europeu, Dubravka Šuica, comissária para a Democracia e Demografia, concedeu uma entrevista ao Expresso, “Público” e TSF à margem da 10.ª Cimeira das Regiões e Cidades, organizada pelo Comité das Regiões, um órgão consultivo que representa as várias autarquias e regiões da UE, para falar sobre o galope dos populismos, as preocupações que tem escutado dos europeus nas suas reuniões com cidadãos anónimos, o inverno demográfico e as críticas de algumas organizações não-governamentais à maior bandeira do seu mandato: o pacote legislativo para o reforço da democracia.
As novas propostas visam, entre outras medidas, impor um registo obrigatório dos financiadores dessas organizações, algo que, dizem os seus críticos, pode contribuir para a estigmatização daquelas ONG que, financiadas ou não por entidades de fora da UE, adotem uma posição crítica em relação às políticas comunitárias. Leis semelhantes a esta, aprovadas na Hungria e na Geórgia, por exemplo, foram alvo de duras críticas por parte dos políticos europeus, que agora estão a ser acusados de estar a seguir os mesmos caminhos.