A 11 semanas das eleições europeias, manifestações, exigências e protestos são mais ou menos rotina em Bruxelas, a central do poder europeu. Esta segunda-feira, uma parte pequena e muito pacífica dessa efervescência reivindicativa desceu também sobre Mons, pequena cidade a cerca de 70 quilómetros de Bruxelas, na região belga da Valónia.
Por volta das 11 da manhã, quatro tratores em marcha lenta estacionaram à frente do edifício onde decorre a 10ª Cimeira das Regiões e Cidades e fizeram ouvir os seus protestos. “O acordo de comércio livre pode durar? A UE tem abandonado os seus valores pelos seus interesses económicos”, lê-se num lençol preso entre dois tratores. Outro cartaz diz: “Sem deslealdade. Viva o local”, frase que soa melhor em francês: “Pas de déloyal, vive le local”. Um terceiro trator traz presa na frente uma forca de madeira, completa com laço de corda e tudo. Diz “Europe” de lado, escrito com tinta vermelha.
Assim que estacionam e saltam do cockpit, são recebidos por jornalistas. Depois dos protestos em várias cidades europeias, e com o potencial alargamento da UE na agenda, é pouco provável que as razões dos agricultores para se manifestarem venham a reduzir-se nos próximos anos. O Comité das Regiões é um órgão consultivo dos 27, que representa as regiões e os municípios, e que é obrigatório consultar quando se lançam projetos legislativos sobre temas como a agricultura ou a política de transportes públicos.