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Rússia

“As coisas estão definitivamente a mudar”: potencial de expansão dos BRICS pode levar ao isolamento do Ocidente?

A Rússia procura escapar às sanções e construir parcerias económicas fora dos sistemas ocidentais. Pretende integrar-se mais a fundo com países de outras geografias, para manter a sua economia durante o conflito na Ucrânia. Geopoliticamente, espera enfraquecer a influência dos Estados Unidos e construir alianças que sustentem uma ordem mundial multipolar. A China e a Índia, rivais nas fronteiras e na economia, partilham interesses. Mas a aliança dos BRICS interessa a cada vez mais países, sobretudo aos “dragões” da Ásia, e deverá ser deles o futuro

Reunião dos líderes na cimeira dos BRICS
Anadolu

A organização de cooperação BRICS já não é inconsequente: além de representar quase metade (45%) da população e valer mais do que as sete economias mais desenvolvidas do mundo, esta semana, na cimeira anual, na Rússia, o grupo pôde mostrar que estará a construir um futuro promissor. Apesar de ter integrado quatro novos membros — Egito, Etiópia, Irão e Emirados Árabes Unidos —, mais expansões podem acontecer em breve.

Tornou-se mais claro, durante a cimeira desta semana, que o objetivo final é criar uma verdadeira alternativa aos modelos de governação global liderados pelo Ocidente. Segundo o jornalista irlandês Chay Bowes, acusado pelo Ocidente de difundir propaganda pró-Kremlin, trata-se de “uma negociação baseada na ideia de que internamente, em cada país, não se quer mudar quem se é, aquilo em que se acredita, o sistema de Governo” (o que ignora que grande parte destes países são apontados como autocráticos).