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Cimeira na Rússia: Putin sai como vencedor e os BRICS podem tornar-se " um formidável contrapeso às instituições ocidentais"

A imagem de vários líderes mundiais a rodearem Putin na cimeira dos BRICS, na Rússia, é uma mensagem de desafio ao Ocidente. Com os vários Estados amigos, o Presidente russo sai reforçado, todos com a mesma crença de que o vazio que o Ocidente criou, através de sanções e domínio do dólar, levou o “Sul Global” a pensar que talvez exista uma forma mais justa e mais equitativa de fazerem negócios entre si. Esse é o motor dos BRICS - segundo Putin, uma aliança que tem (quase) a hegemonia do mundo

Putin com o Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed bin Zayed Al Nahyan
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“A China quer a hegemonia, a Índia quer igualdade com a China, a Rússia precisa de amigos para sobreviver.” Três potências mundiais com aspirações ambiciosas, os Estados aliados são representados na 16ª cimeira dos BRICS (a decorrer até quinta-feira) por líderes que têm uma nova ideia de mundo. Assim o defende Alexander Motyl, professor de Ciência Política na Universidade Rutgers-Newark, nos Estados Unidos da América, e autor de várias obras sobre a Ucrânia e a Rússia. Em Kazan, na República do Tartaristão, na Rússia, Vladimir Putin quis passar a mensagem de que o grupo representa agora a maioria global, com potencial para dominar uma nova ordem global que se aproxima. Com efeito, a aliança agora alargada representa cerca de 45%da população mundial e 25% do PIB mundial, refere a “Al Jazeera”.

Os cinco originais - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - estão cada vez menos sozinhos. Em 2023, os BRICS alargaram os convites ao Egipto, à Etiópia, ao Irão, à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, depois de estes países terem solicitado a adesão. A Arábia Saudita ainda não aderiu formalmente, mas os restantes já foram integrados.