Dificilmente o aniversário da morte de Yevgeny Prigozhin, então líder do Grupo Wagner, poderia chegar em pior altura para o Kremlin. A 6 de agosto, as Forças Armadas da Ucrânia iniciaram uma ofensiva-surpresa em Kursk e, no final da primeira semana de incursão, Kiev afirmou ter capturado 1000 quilómetros quadrados de território russo. Em meados do mês, a Ucrânia estabeleceu uma administração militar para o território que controlava. E a 22 de agosto, na véspera de se completar um ano sobre a morte de Prigozhin, a Força Aérea ucraniana publicou um vídeo do ataque a um “ponto forte de um pelotão” russo com bombas de alta precisão de fabrico americano.
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Um ano após a morte de Prigozhin, “o Grupo Wagner já não é insubstituível”
O número de mercenários está reduzido a um décimo, segundo estimativa do Governo britânico no primeiro aniversário da morte do antigo líder do grupo. Agora sob a tutela do Ministério da Defesa russo e integrado numa força expedicionária, o Grupo Wagner está “cada vez mais fragmentado” e sobretudo presente em África, onde oferece apoio militar em troca de recursos naturais. Visados por insurgentes e jiadistas, os mercenários “não estão a reforçar a segurança nem a restabelecer a paz”, dizem especialistas ao Expresso – como, aliás, ficou provado numa emboscada recente de que foram alvo no Mali. E são usados pelo Kremlin, que passou a “exercer abertamente” a sua influência em África, para alimentar a máquina de guerra contra a Ucrânia