Quatro reclusos, que se identificaram como militantes do Estado Islâmico, fizeram reféns vários guardas prisionais e tomaram o controlo das instalações da colónia penal de alta segurança IK-19, em Surovikino, a cerca de 120 quilómetros da capital regional de Volgograd, entretanto recuperado pelas autoridades russas, avançou o ‘The Moscow Times’.
Pelo menos quatro funcionários prisionais morreram e vários guardas e reclusos ficaram feridos. Os quatro atacantes foram mortos, de acordo como Serviço Penitenciário Federal da Rússia (FSIN).
O ataque aconteceu durante uma sessão da comissão disciplinar, altura em que “quatro reclusos sequestraram oito funcionários da prisão e quatro reclusos”, informou em comunicado o FSIN.
Imagens que circulavam em várias canais de Telegram russos, cuja veracidade não foi possível atestar, mostrava pelo menos três presos, empunhando facas, posicionados de pé sobre o que pareciam ser guardas feridos ou mortos deitados numa poça de sangue. Nesse vídeo, um dos indivíduos afirma que os presos amotionados são “mujahideen” (combatentes) do Estado Islâmico.
Noutro vídeo, outro recluso afirma que as ações do grupo constituem uma forma de retaliação pelos “maus tratos” infligidos pela Rússia aos muçulmanos. Segundo informações que o ‘The Moscow Times’ não conseguiu verificar, o motim teria sido como resposta à detenção dos autores do ataque terrorista a uma sala de concertos em Moscovo.
Pelo menos quatro funcionários da prisão foram transportados para o hospital na sequência do ataque, revelou o governador de Volgograd. Andrei Bocharov garantiu que “não existe qualquer ameaça para a população civil”.
Rússia na mira dos radicais islâmicos
Os reclusos envolvidos no motim serão cidadãos do Tajiquistão e do Uzbequistão, escreveu a Reuters, citando a imprensa russa. Três deles estariam a cumprir pena por crimes relacionados com drogas e outro por homicídio involuntário.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse ter sido informado sobre o incidente e terá convocado uma reunião de emergência do Conselho de Segurança.
Este é o segundo ataque do género a ser registado na Rússia este verão. Em junho, seis reclusos que juraram lealdade ao Estado Islâmico fizeram dois guardas reféns numa prisão da região de Rostov. Cinco presos foram mortos e um sexto foi condenado a 20 anos de prisão, lembra a BBC.
A Rússia tem sido visada frequentemente por radicais islâmicos nos últimos meses, recorda o ‘The Guardian’. Em março, o ataque a uma sala de concertos na capital russa fez 139 mortos e, em junho, homens armados abriram fogo numa sinagoga, numa igreja ortodoxa e num posto da polícia em duas cidades do Daguestão, no norte do Cáucaso, causando 20 mortos.