A mulher do opositor Alexei Navalny disse nesta sexta-feira que o Presidente russo, Vladimir Putin, e os que o rodeiam pagarão pela morte do seu marido, anunciada pelos serviços prisionais da Rússia.
"Se isto for verdade, gostaria que Putin, toda a sua equipa, toda a sua comitiva, todo o seu Governo e os seus amigos soubessem que serão punidos pelo que fizeram ao nosso país, à minha família e ao meu marido. Serão levados à justiça e esse dia chegará em breve", declarou Yulia Navalnaya na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.
As autoridades russas anunciaram a morte de Navalny, aos 47 anos, numa colónia penal no Ártico para onde tinha sido transferido em dezembro, depois de ter estado numa prisão na região de Vladimir, a menos de 200 quilómetros de Moscovo. A equipa de Navalny ainda não confirmou a morte do dissidente.
"Perguntei a mim própria se devia estar aqui perante vós ou se devia voltar para os meus filhos e perguntei a mim própria o que teria feito Alexei no meu lugar e tenho a certeza de que ele teria estado aqui neste palco", disse Yulia Navalnaya, ao iniciar a sua curta declaração, que foi saudada por longos aplausos dos participantes nesta conferência, que reúne todos os anos a elite diplomática mundial e que começou nesta sexta-feira na capital da Baviera.
Yulia Navalnaya pediu ainda que Vladimir Putin seja considerado "pessoalmente responsável por todas as atrocidades cometidas".
"Gostaria de apelar à comunidade internacional, a todos os povos do mundo, para que se unam e lutem contra este mal, contra este regime horrível que existe atualmente na Rússia, e para que responsabilizem pessoalmente este regime e Vladimir Putin por todas as atrocidades que cometeram no nosso país nos últimos anos", afirmou.
Em Munique, a mulher de Navalny encontrou-se com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que apresentou as suas condolências e afirmou que a Rússia é "responsável" pela morte do opositor russo.
A mãe de Navalny, Lyudmila Navalnaya, disse que não queria "ouvir condolências". "Vi o meu filho no dia 12 na colónia (prisão), encontrámo-nos. Ele estava vivo, saudável e feliz", escreveu na rede social Facebook, segundo o jornal Novaya Gazeta.