“Quando é que vão considerar que os nossos maridos já cumpriram o seu dever militar? Quando forem trazidos de volta sem braços e pernas? Quando não puderem fazer nada porque não passam de vegetais? Ou temos de esperar que os tragam de volta em caixões de zinco?” As perguntas são lançadas por Maria, esposa de um dos cerca de 300 mil reservistas mobilizados pelo Presidente russo, Vladimir Putin, para a guerra na Ucrânia no outono de 2022.
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“Tragam os nossos maridos de volta”, pedem russas. Protestos contra Putin sobem de tom, mas sem comprometer “eleições fictícias”
Mulheres organizam-se para exigir o regresso dos maridos (e outros familiares) mobilizados para a guerra na Ucrânia. Analistas desvalorizam: trata-se de “um movimento demasiado fragmentado e ainda fraco”. Já os protestos contra a detenção de ativistas, mesmo em zonas ruralizadas, são “uma ameaça muito mais grave para o regime”. Não afetarão a reeleição de Putin em março, mas podem ser “o início de uma crise de confiança maior e mais duradoura entre o povo e o Governo”