Exclusivo

Isabel II

Uma rainha influente mas "discreta", "um modelo muito bom para todo o mundo": como D. Duarte recorda Isabel II

D. Duarte, duque de Bragança, destaca o sentido de dever de Isabel II, mas também a sua habilidade em gerar consensos e manter a unidade popular. É um exemplo de que a monarquia, tal como na Dinamarca, na Bélgica e Luxemburgo, ainda pode ser símbolo de transparência e de defesa da democracia, considera o representante da coroa portuguesa, ouvido pelo Expresso

O Duque de Bragança, Dom Duarte Pio, tira uma fotografia durante as cerimónias oficias do Dia da Restauração da Independência, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, 01 de dezembro de 2019
Jose Sena Goulao

Marcante, soberana e firme, mas discreta. Assim foi a longa passagem de Isabel II pelo trono britânico, sublinha ao Expresso D. Duarte Pio, que vê a monarca como uma presença indelével "a tentar influenciar os políticos e ajudá-los, colaborando com eles, mas não intervindo publicamente na vida política", em todos os momentos dos seus 70 anos de reinado.

"Todos os reis europeus têm uma influência discreta na política. A rainha Isabel teve uma influência muito mais marcante do que a maior parte dos outros reis europeus." Ao mesmo tempo, diz D. Duarte, duque de Bragança, ainda que se afirmasse a monarca não se comprometia: "Desde a II Guerra Mundial até situações como o ‘Brexit’, foi de tal forma discreta que ninguém percebeu bem se ela era a favor ou contra", recorda, sobre a rainha que morreu nesta quinta-feira, aos 96 anos.